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Pó de um lago africano seco que no passado possuía o tamanho da Califórnia está alimentando florestas na Amazônia e algas no Atlântico, informa uma estudo do periódico "Geophysical Research Letters"

Estudos anteriores de modelagem matemática estimaram que a depressão Bodélé, no Chade, que se formou quando o maior lago da África secou há cerca de mil anos, é responsável por 56% da poeira da África que chega à Amazônia, o que equivale a milhões de toneladas por ano. 

Agora pesquisadores estimaram quanto de elementos fertilizantes, na forma de ferro e fósforo, estão presentes na poeira. Embora a depressão de Bodélé esteja perto da zona de guerra em Darfur, no Sudão, Charlie Bristow, do Birkbeck College, em Londres, e sua equipe conseguiram coletar e analisar 28 amostras durante uma expedição em 2005. 

A análise sugere que a depressão é a fonte de 6,5 milhões de toneladas de ferro e 120 mil toneladas de fósforo por ano, com cerca de 20% chegando à Amazônia, metade caindo no Atlântico e o resto ficando no oeste da África. "Era uma peça que faltava no quebra-cabeças: o que está presente quimicamente na poeira", diz Richard Washington, da Universidade de Oxford, que estuda nuvens de poeira do Saara. 

Bristow espera organizar uma nova expedição à depressão para determinar a grossura do sedimento e estimar quando do fertilizante natural permanece na depressão. 
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Professor Elias Santos Junior
Manaus - Amazonas - Brasil