quinta-feira, 1 de novembro de 2012

GEOLOGIA - A Tabela Cronostratigráfica

No fim do século XVIII, os geólogos procuraram criar, pela primeira vez, uma escala cronológica de acontecimentos geológicos. Desta forma, dividiram as formações geológicas em 3 graus:
- Primário, ao qual correspondem as rochas mais antigas que se formaram no interior da Terra (metamórficas e magmáticas);
- Secundário, rochas que se formaram à superfície (rochas sedimentares consolidadas);
- Terciário, ao qual correspondem as rochas sedimentares não consolidadas.

Já na primeira metade do séc. XIX, com a aplicação de alguns princípios da estratigrafia, estabeleceu-se uma escala estratigráfica com diferentes divisões (Eras que se dividiam em Sistemas que por sua vez se dividiam em Séries) e cujo objectivo era ter um carácter universal. Todavia, nenhum acontecimento geológico ocorre ao mesmo tempo em todo o Globo, pois os acontecimentos assumem apenas um carácter local e não universal.

Contudo somente no séc. XX com a grande descoberta da radioactividade e a sua aplicação aos processos de datação das rochas é que foi possível chegar a uma escala estratigráfica calibrada numericamente com dados obtidos a partir da datação radiométrica.

Assim uma unidade cronostratigráfica é constituída por um conjunto de materiais estratificados que se diferenciam pela sua idade geológica. Estas unidades encontram-se separadas por superfícies de estratificação.

Da ordenação temporal de todas as unidades cronostratigráficas desde as mais antigas até às mais recentes obtemos uma escala cronostratigráfica de referência global. No entanto dever-se-á considerar que esta escala, por vezes, apresenta lacunas que correspondem a episódios que não ficaram registados por alguma razão, como por exemplo a destruição das rochas sedimentares pela erosão.

A escala do tempo geológico abrange diversas divisões dotadas de várias extensões. O Eon é a unidade geocronológica de nível mais elevado, que por sua vez se divide em Eras que estão divididas em unidades menores intituladas de Períodos e que, por sua vez, ainda se dividem em Épocas, sendo a unidade de menor nível a Idade.
O estabelecimento destas unidades de tempo geológico baseia-se essencialmente no registo fóssil e nas características evidenciadas nos estratos.
Quanto mais recuamos no tempo, mais inseguras são as divisões do tempo geológico devido à pouca abundância de conteúdo fossilífero.

Em correspondência às unidades cronostratigráficas temos as unidades geocronológicas.

Unidade
Cronostratigráfica
Unidade
Geocronológica
Eonotema
Éon
Eratema
Era
Sistema
Período
Série
Época
Andar
Idade








O objectivo final das tabelas de tempo geológico é construir uma que seja possível calibrar cronologicamente os acontecimentos que aí se vão registar. Assim, obtêm-se uma escala que estabelece uma correspondência entre acontecimentos datados apenas relativamente, com acontecimentos datados em termos absolutos. Contudo, não existe uma tabela de aceitação generalizada, sendo por vezes necessário introduzir reajustes na escala do tempo geológico. 
Fig.1 - Quadro de divisões estratigráficas,
João Pais & R.Rocha, 2010 

Referências Bibliográficas
-Desconhecido. (2010). Retirado de:  http://www.stratigraphy.org/upload/bak/chron.htm
-Silva, Amparo; Gramaxo, Fernanda; Baldaia, Ludovina; Santos, Maria; Mesquita, Almira; Félix, José, (2008), Terra,Universo de Vida. Porto Editora
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Texto extraído do blog da Mariana Pinto http://espacogeologia.blogspot.com.br

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DOWNLOAD AMBIENTE: Manual de Bioconstrução


Senhores dentro do que foi proposto quando da criação dos Blog Reciclando hábitos, disponibilizo mais um manual prático de Bioconstrução, esse material foi elaborado pelo Proecotur para distribuição gratuita.

Faça bom proveito e lembre-se: Recicle seus hábitos, mude suas atitudes!

Saudações Geológicas!
Prof. Elias Santos Junior
Manaus - Amazônia - Brasil
 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

NOTICIA AMBIENTE - Segundo IBAMA aprovação do Plano de Contingência para Petróleo está próxima

Plano visa definir uma forma de atuação no caso de grandes vazamentos de petróleo e gás natural


Vazamento da Chevron na bacia de Campos
Vazamento na bacia de Campos:  atraso na implantação do plano chamou atenção na época do vazamento de petróleo da Chevron, no fim do ano passado. Foto: Rogerio Santana/Divulgação/Reuters

Rio de Janeiro - O Plano Nacional de Contingência (PNC) está prestes a ser aprovado, afirmou nesta quarta-feira o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Volney Zanardi Jr. "Deve estar saindo logo", disse Zanardi Jr., após dar palestra no XIV Congresso Brasileiro do Energia, promovido pela Coppe/UFRJ no Rio.

O presidente do Ibama participou na terça-feira de reunião na Casa Civil para tratar do PNC, que visa definir uma forma de atuação no caso de grandes vazamentos de petróleo e gás natural. Segundo ele, as discussões estão em estágio final e não envolvem mais "questão de mérito". O PNC será criado por meio de decreto, portanto, após finalizado na Casa Civil, seguirá para a Presidência da República. O PNC está previsto em lei desde 2000. O atraso na implantação do plano chamou atenção na época do vazamento de petróleo da Chevron, no fim do ano passado.

Zanardi Jr. também reclamou que há um peso excessivo no processo de licenciamento ambiental, que acaba sendo responsável por resolver problemas demais e é considerado um gargalo. O problema, para Zanardi Jr., é falta de planejamento. Além disso, muitos projetos são ruins.

"O foco para facilitar o licenciamento é fazer um planejamento que leve a um ganho líquido ambiental", afirmou, destacando que o ideal seria pesar prós e contras dos impactos sociais, ambientais e econômicos de um empreendimento antes de pedir a licença ambiental.

Zanardi Jr. reconheceu a necessidade de o Ibama avançar na sua capacidade de fazer monitoramento. "Estamos nos articulando para melhorar essa parte do monitoramento, assim como melhoramos licenciamento e fiscalização", disse, completando que essa necessidade vale para o monitoramento ambiental como um todo, não apenas em licenciamentos.

em 24/10/2012.
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Concordo com o Zanardi Jr. quando ele diz que o processo de Licenciamento Ambiental deve ser simplificado, geralmente os órgãos ambientais se preocupam muito mais em criar o impedimento para o desenvolvimento das atividades do que fazer a gestão e o monitoramento das atividades quando licenciadas, isso precisa mudar!

Saudações Geológicas!
Prof. Elias Santos Junior
Manaus - Amazonas - Brasil 

 

 

sábado, 20 de outubro de 2012

NOTICIA: Mineração urbana pode ser fonte de ouro no lixo, diz relatório



BBC 09/10/2012 08h42 - Atualizado em 09/10/2012 09h07

Segundo Greenpeace, só na Argentina, consumidores 'jogam no lixo' mais de 200 quilos de ouro por ano.


Lixo ouro (Foto: AFP) 
Lixo eletrônico é separado e materiais preciosos
são reaproveitados na cadeia produtiva (Foto: AFP)


Um relatório da organização ambientalista Greenpeace afirma que, no ano passado, os argentinos jogaram no lixo o equivalente a 228 kg de ouro, 1,7 mil kg de prata e 81 mil kg de cobre, por falta de reciclagem.

Segundo o Greenpeace, o material está presente em dez milhões de celulares que são jogados fora por ano no país, e que – para piorar – poluem a terra, o ar e a água.

O relatório chama atenção para um setor conhecido como mineração urbana, atividade muito pouco difundida na América Latina, mas que na Europa, no Japão e na Coreia do Sul está se transformando em um importante gerador de emprego e riqueza, comparável até à mineração tradicional.

Ouro inexplorado
 
Mineração urbana é a reciclagem de materiais de valor presentes em resíduos eletrônicos, como ouro, prata, cobre, platina, alumínio, aço, terras raras (minerais concentrados na China) e plástico.

O ouro é um dos diversos componentes de computadores e celulares, por causa de suas propriedades de condução e estabilidade.

Um estudo recente da Universidade das Nações Unidas no Japão estima que a fabricação de equipamentos tecnológicos receba o equivalente a US$ 16 bilhões de ouro e US$ 5 bilhões de prata. De acordo com a pesquisa, apenas 15% desse material é reaproveitado via reciclagem.

A proliferação de dispositivos eletrônicos e o curto período para que eles se tornem obsoletos geram milhões de toneladas de resíduos. O número de depósitos para lixo eletrônico também cresce exponencialmente por ano.

A reciclagem ainda é limitada, mas alguns analistas acreditam que exista nesse setor uma grande oportunidade de negócios.

Um estudo da empresa Frost & Sullivan destaca que a mineração urbana gerou US$ 1,42 bilhão em 2011. A expectativa – segundo o relatório "Oportunidades globais no mercado dos serviços de reciclagem de lixo elétrico e equipamento eletrônico" – é que esse mercado alcance um valor de US$ 1,8 bilhão até 2017.

O mercado crescente é o dos países emergentes. Mas, na América Latina, esse tipo de reciclagem ainda é incipiente.
Recente
Dados da Plataforma Regional de Resíduos Eletrônicos na América Latina e Caribe – iniciativa chilena com financiamento canadense – mostram que países como Brasil, Chile, Argentina, Peru e Colômbia ainda não têm a infraestrutura necessária para reciclar mais resíduos eletrônicos.

O índice chileno de reciclagem desse tipo de resíduo é de 1,5% a 3%. Na Argentina, o percentual chega a 10%.
"A Argentina é um dos países que mais destacaram a reciclagem de lixo eletrônico", disse Verônica Calona, da empresa de reciclagem Silke, ao serviço em espanhol da BBC.
"Somos operadores de 100% de resíduos de aparelhos eletrônicos. O resto [do mercado] são empresas que trabalham com outro tipo de atividade e foram incluindo isso pouco a pouco. Há metais que comercializamos no mercado interno e material de placas eletrônicas que exportamos, porque não existem na Argentina empresas de tecnologia que reciclem esse tipo de material."
"A mineração urbana é muito recente, é preciso esperar e ver se a atividade vai evoluir um pouco", afirmou Verônica.
Terras raras
Além das perdas econômicas por falta de reciclagem, ambientalistas alertam para os crescentes riscos de poluição.

Nos Estados Unidos, a agência ambiental do governo EPA estima que o lixo eletrônico seja 70% da fonte de contaminação de rios e do ar por metais pesados como mercúrio, cádmio, chumbo, bromo e selênio.

"Na Argentina, descartam-se 10 milhões de celulares por ano e um milhão de computadores, e a metade termina em lixões", disse Lorena Pujó, do Greenpeace na Argentina.

A entidade produziu um relatório especial sobre o país, em um momento em que o Congresso argentino discute uma legislação especial sobre resíduos eletrônicos.

"Estamos tentando expor publicamente a falta de sentido de todo esse sistema. Por um lado, estamos esgotando recursos naturais finitos com a mineração, mas jogamos no lixo um monte de recursos sem reciclagem."
Com intuito de mudar essa situação, países como Costa Rica, Peru e Colômbia contam com leis que regulam a gestão de resíduos eletrônicos.

Um novo ponto pode contribuir para o aumento da reciclagem no futuro: o fato de que a indústria de eletrônicos depende cada vez mais de terras raras – minerais em abundância na China, que detém 97% das reservas conhecidas.

Nesse contexto, a reciclagem de resíduos eletrônicos pode se transformar em um novo "Eldorado" para os investidores.

Extraído de: http://g1.globo.com
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Lembrei de uma aula de Geologia Ambiental do Prof. José Alecrim na qual o mesmo perguntou onde estavam as grandes minas de metais a serem exploradas, apos alguns minutos ele disse: -Nas Cidades!

Já se passaram 13 anos dessa aula e eis uma tendencia se confirmando, fico feliz de ter seguido os ensinamentos deste nobre Professor, ele estava à frente do seu tempo! 

Na maioria das vezes essas afirmações em sala de aula são seguidas de risadas, do desdem, no fim alguns percebem que o Professor estava certo.

Geologuemos, poís nunca foi tão fácil!

Saudações Geológicas
Prof. Elias Santos Junior
Manaus - Amazônia - Brasil

 


  

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

NOTICIA: Astrônomos descobrem planeta de diamantes

Planeta rochoso tem temperatura média da superfície de 2.150 graus Celsius

Publicado:

O desenho da Nasa mostra o planeta de diamante
Foto: Reuters
O desenho da Nasa mostra o planeta de diamante Reuters
Ele pode não brilhar como uma estrela, mas, ainda assim, é um diamante no céu, de acordo com astrônomos que descobriram o planeta rochoso, similar à Terra, mas cujo interior é feito da pedra preciosa.

O planeta de diamante é um dos cinco exoplanetas que orbitam uma estrela distante chamada Cancri 55, a cerca de 40 anos-luz do Sistema Solar, mas visível a olho nu na constelação de câncer.

Cientistas dizem que a análise da composição química do planeta, baseada nas medidas de massa e óleo, além de análises computacionais, sugerem que a sua crosta é, em grande parte, composta de cristais sólidos de carbono.

— São as primeiras análises de um planeta rochoso com uma química fundamentalmente diferente da Terra. A superfície deste planeta é, aparentemente, coberta de grafite e diamante, em vez de água e granito — explicou Nikky Madhusudhan, da Universidade de Yale.

O raio do planeta é o dobro do da Terra, mas sua massa é oito vezes superior. Ele orbita sua estrela numa velocidade tão alta que um ano dura apenas 18 horas.

A temperatura média da superfície é de 2.150 graus Celsius e, por isso, não há nenhuma possibilidade de existência de água e de qualquer forma de vida. O estudo, publicado na “Astrophysical Journal Letters”, estima que pelo menos um terço do planeta seja composto de diamante. O restante é feito de grafite, ferro, carbonato de silício e silicatos.

— A Terra, em comparação, é rica em oxigênio, mas extremamente pobre em carbono, menos de uma parte em mil em termos de massa 

— disse Kanani Lee, geólogo de Yale e co-autor do estudo.

É a primeira vez que os astrônomos identificam um planeta de diamante, embora tenham teorizado sobre sua existência por muito tempo.

O Professor de astronomia de Yale, David Spergel afirmou:
— Estrelas são simples. Se conhecermos sua massa e idade, sabemos sua estrutura básica e sua história. Planetas são muito mais complexos. Essa super Terra provavelmente é um exemplo das incríveis descobertas que ainda nos aguardam ao explorarmos os planetas das estrelas próximas.
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Muito interessante!
 
Saudações Geológicas
Professor Elias Santos Junior
Manaus - Amazônia - Brasil
 

domingo, 23 de setembro de 2012

NOTICIA GEOLOGIA: Rússia revela ter a maior reserva de diamantes do mundo

Por Maria Luciana Rincon Y Tamanini em 19 de Setembro de 2012
Extraído de http://www.tecmundo.com.br 
Rússia revela ter a maior reserva de diamantes do mundo 
(Fonte da imagem: Thinkstock)

De acordo com uma notícia publicada pelo site Gizmodo, geólogos russos acabaram de revelar que possuem a maior reserva de diamantes do planeta, possuindo mais rochas do que todas as demais minas do mundo juntas.

Trata-se de uma cratera formada pelo choque de um asteroide na região norte da Sibéria ocorrido há 35 milhões de anos, que criou uma área de impacto de quase 100 quilômetros de diâmetro. Os especialistas acreditam que a cratera provavelmente conta com trilhões de quilates de diamantes, ou seja, uma quantidade suficiente para abastecer o mercado durante três mil anos. Isso mesmo, três mil anos!

Segundo uma publicação do site The Verge, esses diamantes são especialmente valiosos por terem sido formados pelo resultado do impacto de um asteroide em uma área rica em carbono. E, embora não possam ser utilizados como joias — que decepção! —, eles são extremamente importantes graças a suas aplicações industriais.

Diamantes tecnológicos

Rússia revela ter a maior reserva de diamantes do mundo 
(Fonte da imagem: Reprodução/THE VERGE)

Conforme explicaram os geólogos, essas rochas únicas, conhecidas como impactitos, são duas vezes mais duras do que os diamantes normais, além de serem especialmente apreciadas pelo tamanho de suas partículas e pelas suas características abrasivas.

 Apesar de a cratera ter sido descoberta na década de 70, segundo a ITAR-TASS, a Rússia parecer ter esperado o momento apropriado para revelar esse tão bem guardado segredo. Na época em que a reserva foi encontrada, os russos já estavam faturando o suficiente com a produção de diamantes sintéticos e, como o mercado era fortemente regulamentado, valia mais a pena guardar segredo e esperar. Sábia decisão!

No momento, esse tipo de diamantes está sendo cada vez mais utilizado pela indústria tecnológica, e a tendência é de que cada vez mais dispositivos e inovações — como o uso de lasers e o processo de fusão nuclear — dependam dessas rochas. Agora, os russos ficam em uma posição bastante favorável no mercado, podendo inclusive controlar a demanda mundial desse material único.

 
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Bem interessante!
Saudações Geológicas
Prof. Elias Santos Junior
Manaus - Amazônia - Brasil

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

EVENTO: releases com a cobertura da Rio Oil & Gás do dia 19/09



 
 
 
Caros colegas, disponibilizo aqui um release enviado pela Alessandra Yamada da FBS Comunicações, onde são apresentados os principais pontos discutidos no dia 19 de setembro na RIO OIL & GAS.
 
Agradeço à:
FSB Comunicações
PR Digital + 55 (21) 3206 5050
Luciana Cruz (luciana.cruz@fsb.com.br)
Alessandra Yamada (alessandra.yamada@fsb.com.br)
Fernanda Venâncio (fernanda.venancio@fsb.com.br)


Saudações Geólogicas!
 Prof. Elias Santos Junior
Manaus, Amazônia, Brasil



Arena +10

Conferência discute desafios e metas para uma nova economia solidária e inclusiva
Quais os critérios e as iniciativas que uma empresa deve adotar para contribuir com a sociedade e uma nova economia, mais solidária, inclusiva e sustentável? O investimento em tecnologia pode ser uma das respostas, segundo a educadora e chefe da Divisão de Desenvolvimento Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Wanda Engel, que abriu a conferência de abertura da Arena+10 e Responsabilidade Social da Rio Oil & Gas.

O debate, mediado pela administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira, contou com apresentação dos aspectos econômicos, sociais, tecnológicos e humanos da sociedade e, neste contexto, mostrou possíveis soluções e desafios para as organizações.

“Contamos hoje com uma sociedade altamente competitiva em nível global. As empresas estão inseridas em uma sociedade diferente da que tínhamos há dez anos, com características únicas. 

Apostar no desenvolvimento tecnológico pode ser uma tábua de salvação. O papel das corporações é justamente reconhecer este novo cenário e, assim traçar um plano estratégico de cooperação que não seja míope, individualista e muito menos imediatista”, acredita Engel.

No painel sobre o legado social da cadeia produtiva, Jorge Abraão de Castro, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), defendeu um modelo de desenvolvimento sustentável de largo prazo para que a riqueza do petróleo possa se traduzir nos índices sociais: “Devemos pensar na utilização do fundo social de forma mais ampla, avaliando criteriosamente a estrutura social oferecida para as pessoas que se deslocam para as regiões em que estão as riquezas do petróleo” . Ele apontou desafios como índices sociais insatisfatórios em municípios como Campos e Macaé, no Norte Fluminense.

Já Lucila Martinez, do Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência (ILTC), ressaltou experiências positivas no entorno da Refinaria de Paulínia, na Região Metropolitana de Campinas (SP) e a importância de transformar investimento em oportunidade de desenvolvimento social. “Em Campinas detectamos as principais fragilidades da população e desenvolvemos processos permanentes de capacitação, ações voltadas para o fortalecimento familiar e gestão sócio-ambiental. Temos alcançado soluções importantes, com metas de médio e longo prazo”, contou.

O engenheiro químico Alfredo Renault, da Onip, falou sobre o Impacto Social na Cadeia Produtiva do Petróleo. “É uma relação de amor e ódio da sociedade com o petróleo. Todos reconhecem os benefícios e as oportunidades de sua utilização como fonte de energia, mas todos lamentam os problemas”, disse.

Feira 2012

Soluções integradas em uma feira sem fronteiras

A descoberta do pré-sal alavancou ainda mais a indústria do petróleo e fez crescer, por consequência, a procura por serviços e novas tecnologias no país. Impulsionada pelo crescimento das demandas petrolíferas nasceu a Integral, cluster formado por cinco empresas especializadas em inspeção de dutos, robótica submarina, monitoramento de corrosão, desenvolvimento e operação de software e análise de integridade (PipeWay, Ativa, Provus, Minds e Prima7s). Lançada oficialmente na Rio Oil & Gas 2012, a Integral trabalha com foco na produção offshore e surgiu como uma forma de integrar serviços relevantes para o setor.

Guto Silva, sócio-fundador da PipeWay, empresa com mais experiência dentre as cinco do cluster (14 anos), aponta a capacidade de desenvolvimento tecnológico e o conhecimento do mercado como as principais características da Integral. “Juntos, conseguimos expandir o leque de atendimento e responder às demandas com mais agilidade e abrangência”, explicou ele, que espera que a Integral se torne prestadora de serviços em até três anos.

Nordeste e EUA lado a lado
Não é só o compositor Luiz Gonzaga superdesenvolvido (foto) que chama atenção nos estandes de Pernambuco. Presente no pavilhão 3, com o Lounge Pernambuco, e no pavilhão 1, com o Complexo Industrial Portuário de Suape, o estado busca parcerias e investimentos para os megaprojetos na região e conta números que fortalecem a aposta dos fornecedores.

Segundo projeção da Condepe/Fipem, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado deve chegar a R$ 120 bilhões nesse ano. Uma das 12 sedes da Copa 2014, Pernambuco passa por grandes transformações e, em parceria com a Petrobras e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), utiliza a feira para atrair investidores. Além do Complexo de Suape, destacam-se outras obras, como a construção da Refinaria Abreu e Lima pela Petrobras, da Ferrovia Transnordestina e da Arena Pernambuco. “Até 2014, serão investidos U$ 22 bilhões só no Porto de Suape. Hoje, o Nordeste representa 29% da população do país e Pernambuco é considerado o centro geográfico da região, estando a apenas 800 quilômetros de oito capitais nordestinas”, destacou Márcio Stefanni, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper).

A poucos passos do Nordeste está o pavilhão internacional dos Estados Unidos. Mais de 40 empresas expõem no espaço destinado aos americanos, que aumentou mais de 40% desde 2010 e agora ocupa 750 metros quadrados. Thomas Shannon, embaixador dos EUA no Brasil, ressaltou que, com as recentes descobertas e a maior exploração de petróleo a médio prazo, o setor oferece “oportunidades excelentes”. Ainda segundo Shannon, "essas oportunidades, juntamente com as perspectivas econômicas  e relações amigáveis entre os países, fazem do Brasil um parceiro ideal para as empresas americanas que buscam parcerias a longo prazo”.

Painel: “Os desafios dos grandes empreendimentos e a importância da engenharia de projetos no Brasil”

Brasil tem potencial para exportar inteligência em engenharia

A inteligência da engenharia brasileira tem potencial para ser exportada, mas é preciso que governo e empresas abracem essa causa. A afirmação de Mauro Viegas filho, presidente da Concremat Engenharia e Tecnologia S.A., foi um dos destaques do painel “Os desafios dos grandes empreendimentos e a importância da engenharia de projetos no Brasil” realizado na tarde de quarta-feira (19), na Rio Oil & Gas.

Conduzido por Elói Fernandez y Fernández, diretor geral da Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo), o encontro mostrou que o cenário é promissor para a engenharia especializada em óleo e gás, mas o sucesso dependerá de muito trabalho a ser realizado − principalmente em termos de eficiência, capacitação profissional e aplicação de metodologias de gestão de projetos, como Qualidade Total, EAP, ou Estrutura Analítica de Projeto e curva S.

De acordo com Francisco Itzaina, presidente da Rolls-Royce na América Latina, o Brasil é privilegiado nas questões geopolíticas, pois tem recursos abundantes e não sofre com catástrofes naturais, mas precisa avançar em temas como planejamento a longo prazo e criação de uma política industrial de Estado.

Já Fernando Barbosa, presidente do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) destacou que a dificuldade de gerenciar grandes projetos de engenharia ligados aos setores de óleo e gás não é exclusividade brasileira, mas que o País tem condições de vencer essas dificuldades se apostar em inovação, novas tecnologias, formação e planejamento.“Entretanto, nós precisamos superar gargalos como inflação de custos, baixa produtividade e dificuldades logísticas, que geram atrasos e ineficiências”, ressaltou. 

José de Figueiredo, diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, apontou simplicidade e uniformidade na concepção de projetos, planejamento e investimentos em conteúdo local como elementos essenciais para o sucesso da companhia antes e durante o pré-sal.

Petrobras

Petrobras, parceiras e fornecedores se unem para desenvolver produção no pré-sal

Os esforços da Petrobras, parceiras e fornecedores de bens e serviços para o desenvolvimento da produção no pré-sal brasileiro foram apresentados na Rio Oil & Gas. O Gerente Executivo da Petrobras para o Pré-Sal, Carlos Tadeu Fraga, e executivos de empresas como Baker Hughes-Brasil, Geomarket, Subsea 7 do Brasil, Technip e Repsol Sinopec contaram a participação neste empreendimento que tem investimentos de 70 bilhões de dólares assegurados no Plano de Negócios da Petrobras.

Carlos Tadeu Fraga considerou “fantásticos” os resultados da exploração do pré-sal: “São 32 poços perfurados somente em Santos, com 90% de sucesso, percentual muito superior aos da indústria do petróleo”. Para ele, essa conquista é fruto da experiência acumulada pela Petrobras ao longo dos anos em frentes como a Bacia de Campos.

As grandes profundidades, pressão e distância da costa inerentes às áreas do pré-sal mobilizam os técnicos Repsol no desenvolvimento do BM-C-33, onde estão localizados os prospectos de Seat, Gávea e Pão de Açúcar. A área apresenta características únicas, de acordo com o diretor da petroleira, Angel González, e necessita de instalações sem similar no mundo inteiro.

A Subsea 7 Brasil investiu mais de 40 mil horas de trabalho para adequar o projeto pioneiro Buoyancy Supported Risers para os campos de Lula Nordeste e Sapinhoá. O sistema funciona a uma profundidade de 250 metros, demandando 600 mil toneladas de aço, além do relacionamento com 92 fornecedores de diversos países.

Painel “Novas Fronteiras do Conhecimento na Prevenção, Intervenção e Respostas a Vazamento de Óleo”

Indústria une esforços para garantir segurança operacional

A reboque da expansão do setor petroleiro, cresce internacionalmente a preocupação com as questões de segurança no setor. No terceiro dia da Rio Oil & Gas, o painel “Novas Fronteiras do Conhecimento na Prevenção, Intervenção e Respostas a Vazamento de Óleo”, reuniu especialistas no assunto e contou com a moderação do Presidente do Ibama, Volnei Zannardi.

“É significativo o Ibama ser convidado para mediar esse painel - reflete uma situação única, que vem sendo construída há 12 anos, desde a abertura da exploração de petróleo e gás no país. O nosso ambiente regulatório é muito jovem e apresenta evolução incrivelmente rápida. Isso só foi possível graças aos diálogos e ao bom relacionamento entre governo e indústria”, comentou Zannardi.

Gerente-Geral de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da área de E&P da Petrobras, Humberto Spinola apresentou o Programa Somar (Offshore Safety Reinforcement Program), desenvolvido pela empresa em acordo com o Plano Nacional de Contingência, em fase de aprovação pelo governo federal.  “Antes mesmo de ser aprovado, o plano já é uma realidade, dada a articulação que se deu entre as empresas, a ANP e o governo”, disse.

Em nível mundial, a questão da segurança motivou a união das principais companhias exploradoras de petróleo. Depois do acidente de Macondo, a OGP (Oil and Gas Producers Association), associação internacional de produtores de petróleo, com 70 membros, criou um grupo para estudar ocorrências e formas de prevenção de acidentes. O trabalho desse grupo resultou na formulação de um acordo internacional de auxílio mútuo, “essencial para a prevenção e solução de grandes acidentes”, segundo Spinola.

Sobre intervenção e resposta em casos de acidentes falaram os especialistas Keith Lewis, do Subsea Well Response Project (SWRP), projeto que reúne nove grandes empresas, e George Franklin, representante do IPIECA, grupo de resposta a derramamento de petróleo da OGP. “Estamos trabalhando juntos, de ponta a ponta, nos processos de segurança”, declarou Franklin.

Painel “Proteção dos Oceanos”

Tecnologia é o que vai conciliar a preservação e o crescimento econômico
Destaque na Rio+20, a proteção dos oceanos foi debatida no terceiro dia da Rio Oil & Gas. Os compromissos assumidos pelo Brasil no documento final da Conferência foram considerados um tanto arrojados, sobretudo quando se considera que deverão ser compatíveis com o crescimento do país em atividades econômicas importantes como a exploração de petróleo e gás. “Preservar, simplesmente, já seria um desafio. Mas aliar a preservação ao desenvolvimento é o que requer nossa máxima atenção”, destacou André Loubet Guimarães, Diretor Executivo da ONG Conservação Internacional (CI) no Brasil.

André lembrou que, entre outras metas, os países se comprometeram com a proteção de 10% dos oceanos até 2020 e com a restauração de estoques pesqueiros até 2015. “São metas importantes, que devemos perseguir, mas que, por vezes, nos parecem inatingíveis. Atualmente, protegemos menos de 1% dos nossos oceanos”, afirmou, acrescentando que a pontuação do Brasil no Ocean Health Index (Índice de Saúde do Oceano), superior à média mundial, não deve trazer tranquilidade, porque o estágio de crescimento do país impõe ações imediatas e amplas para a preservação.

“O setor de óleo e gás deve liderar as discussões sobre esse tema, pois, no Brasil, sua atuação é majoritariamente marinha. Mais de 70% da população brasileira vive à beira mar. Não se pode explorar sob pena de degradar. É preciso conciliar as agendas dos diferentes setores”, defendeu.

Para o professor Segen Estefen, Diretor de Tecnologia e Inovação da COPPE/UFRJ, a conciliação virá com o desenvolvimento de tecnologias. “O que se propõe não é deixar o oceano intocado. Não há como se recusar uma riqueza como a do pré-sal. Mas é preciso desenvolver tecnologias para preservação. E, para isso, a comunidade científica deve andar mais próxima da indústria”, disse.

Painel “Contratos na Indústria do Petróleo: Os JOA´s e os Acordos de Unitização”

Pré-Sal e novas rodadas ampliam desafios da unitização no Brasil
Especialistas da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) listaram,  na Rio Oil & Gas, os principais desafios para a regulamentação das áreas de exploração  compartilhadas. Com a ampliação dos blocos a serem explorados  e o maior número de operadores no País, devem aumentar as situações que configuram unitização, quando  dois blocos distintos, mas contíguos, com jazidas comuns, exigem acordo entre as empresas exploradoras.

O gerente geral da Universidade Petrobras, José Alberto Bucheb, alertou para o surgimento de possíveis questões que vão além do território nacional, envolvendo estados soberanos. Ele exemplificou que já começam a surgir possibilidades de unitização de áreas fronteiriças entre Brasil e Uruguai e Guiana Francesa.

Para Bucheb, as atenções  não se resumem ao pré-sal , mas também às regras relativas à 11ª Rodada, prevista para maio do ano que vem. Um dos pontos mais sensíveis diz respeito ao conteúdo local, que considera como “obrigação indivizível”. Ou seja, é preciso definir como as empresas devem fazer as contas e chegar a um denominador comum no caso de uma operadora ter em contrato obrigação de conteúdo local de 70% e a outra, um porcentual menor, como 30%.

Na avaliação de Bucheb, uma das principais questões a serem superadas no novo marco regulatório é a definição das regras especiais para jazidas que se estendem por diferentes sistemas, como concessão ou partilha de produção. Outra questão é a continuidade das operações nas jazidas que se estendem por áreas abertas (não partilhadas e não concedidas), pois poderá ser difícil definir quem vai se responsabilizar pelos estudos e investimentos pré-exploratórios nessas áreas.

Além disso, o papel a ser desempenhado pela PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A) na negociação e acordos de unitização e posterior gestão das operações das áreas unitizadas, segundo previsto no marco regulatório, é considerado sensível e polêmico por Bucheb e também pelo coordenador jurídico de Exploração e Produção da ANP, procurador Olavo Bentes David. Segundo ele, a atribuição de atuar em acordos de unitização iria, a princípio, além das atribuições da PPSA, voltada para a gestão dos contratos de partilha e a comercialização de hidrocarbonetos pela União.

Painel “Panorama do Mercado Mundial do Petróleo e Derivados – Uma Nova Ordem?”

AL e Oriente Médio definem panorama mundial de petróleo

A América Latina, com aumento de demanda, e o Oriente Médio, com expansão da oferta, deverão definir o panorama mundial de petróleo no mundo nos próximos anos. O shale oil (óleo de xisto) nos EUA também terá papel crucial no novo cenário, segundo projeções de especialistas em mercado global apresentadas ontem na Rio Oil & Gas.

“Está havendo uma mudança na ordem mundial”, avalia o vice-presidente executivo da KBC Advanced Technologies, Ed Kleingueti. “É um quadro bastante complexo”, completa o gerente de planejamento estratégico da Petrobras, Gilberto Ribeiro de Carvalho. Ambos ressaltam o momento de alta volatilidade no mercado atual de petróleo e derivados.

Segundo Carvalho, a atual dificuldade do setor para fazer as projeções nesse cenário de incertezas se reflete nos problemas para a definição de novos investimentos, não apenas no caso da Petrobras, mas também nas demais empresas de óleo e gás em todo o mundo.

De acordo com Kleingueti, paralelamente à atenção permanente ao mercado chinês, o mundo hoje se configura, nesse setor, com perspectiva de aumento de capacidade em refinarias na América Latina – inclusive no Brasil, com os quatro grandes projetos em andamento -, nos Estados Unidos e no Oriente Médio, onde as expansões estão voltadas para exportação.

No que diz respeito à América Latina, ele acredita que com o aumento do PIB na região e o atraso nos projetos de refinaria, as importações líquidas devem prosseguir, sobretudo vindas do Golfo dos EUA.

Um dos principais signos da nova ordem, segundo Kleingueti, é que os EUA são os principais fornecedores para o mercado latino-americano, diminuindo a participação europeia. Ele também destaca que “o fenômeno do óleo de xisto mudou de modo dramático a dinâmica da oferta de crus”.

Mattew Partridge, da Wood Mackenzie, sublinhou que o novo panorama mundial encontra os EUA produzindo mais Gás Natural Líquido (GNL) por causa do gás de xisto e, em longo prazo, ”também não se deve desprezar” o impacto do etanol que, segundo ele, deve limitar a necessidade de gasolina no mercado norte-americano no futuro.

Daniel Lopez, sócio e diretor-presidente do Boston Consulting Group (BG Madri), acredita que as margens da indústria de refino deverão se manter estreitas nos próximos cinco anos.  No entanto, garante que isso não deverá afetar investimentos já definidos, mas sim as decisões que serão tomadas a partir de 2017. “A boa notícia é que depois disso haverá alguma racionalidade no setor e os bons tempos virão para as refinarias.”

Painel “Avanços tecnológicos na caracterização e monitoramento de reservatórios”

Tecnologia a serviço do monitoramento de reservatórios

Os avanços tecnológicos na caracterização e monitoramento de reservatórios foram tema de sessão especial na Rio Oil & Gas. Especialistas em geofísica discutiram técnicas que viabilizam a coleta e a transmissão de informações precisas e sua utilização na maximização da produção e no mapeamento de riscos.

Paulo Johann, gerente geofísico de Reservatório da Petrobras, destacou os avanços ocorridos nos campos brasileiros nos últimos 30 anos, que permitiram diminuir as incertezas no processo, sobretudo no início do funcionamento dos poços, e a aplicação de  todo o conhecimento na gestão dos reservatórios.

Paul Murray, geofísico chefe da Divisão de Fibra Ótica da PGS, tratou das técnicas de detecção de georiscos em imagens 3D e 4D que, inclusive, começarão a ser utilizadas no campo de Jubarte.

Eivind Wilhelm Berg, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Fugro, apresentou a tecnologia de Nodes: “Com os Nodes temos melhoria no sinal, maior resolução das imagens em 4D e maior precisão, além de eficiência operacional. Com mais informações detalhadas, temos uma produção melhor monitorada”.

A leitura eletromagnética foi tema der Andrea Zerilli, pesquisador científico da Schlumberger, que ressaltou sua eficiência, sobretudo na definição dos limites dos reservatórios e no volume das reservas em águas profundas.

O uso do monitoramento para a gestão do reservatório foi abordado por Helene Hafslund Veire, geofísica chefe da Statoil.

Sessão Plenária: “Desafios para o suprimento energético no século XXI”

Indústria discute desafios para o suprimento energético

As projeções internacionais de demanda de energia indicam que, em 2030, serão necessários até 110 milhões de barris de petróleo por dia produzidos no mundo. Um dos principais desafios das petroleiras será atender essa demanda, considerando o crescimento da população global, principalmente dos países em desenvolvimento, Ásia e África.

Durante a plenária “Desafios para o suprimento energético no século XXI”, realizada ontem, na Rio Oil & Gas, o presidente do WPC  (World Petroleum Council, Conselho Mundial do Petróleo), Renato Bertani, destacou que Canadá, Arábia Saudita e Estados Unidos têm grande consumo per capita de barris de petróleo por pessoa, enquanto Brasil, Indonésia e Índia consomem quantidades muito inferiores. “Isso indica que o desenvolvimento econômico desses países ainda vai trazer novos consumidores para o mercado e crescimento continuado das demandas de energia”, explicou. Na média, espera-se crescimento de 2,3% ao ano da demanda de energia, mais acentuado nos países em desenvolvimento.

Segundo Bertani, os desafios são trazer à superfície esse petróleo de forma “amigável” ao meio ambiente. O executivo alertou, entretanto, que, no mundo, muitos países poderão contribuir para cobrir a demanda de energia e compensar o declínio da produção de petróleo e gás, mas nenhum conseguirá sozinho. Bertani citou, além dos países da Opep, como Arábia Saudita e Iraque, os Estados Unidos, Brasil, Rússia, Canadá e Venezuela como expoentes estratégicos nessa empreitada.

Jérôme Ferrier, presidente da IGU (International Gas Union), confirmou que o Brasil deve, sem dúvida, exercer papel significativo no desenvolvimento energético da América do Sul. Ele acredita que a exploração de gás natural e de shale gas (gás não convencional) no Cone Sul alavancarão e beneficiarão a região, mas disse que é preciso superar desafios institucionais, de regulação e de estabelecimentos de dutos nas regiões fronteiriças. Para discutir as principais questões do Cone Sul e de seu desenvolvimento energético, Ferrier disse que a IGU organizará um fórum regional, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e a Arpel.

O diretor da EIA (Energy Information Administration) Adam Sieminski também reforçou que o sistema de estruturas legais e consistentes é fundamental para a indústria do petróleo, bem como a colaboração dos governos, fortes mercados de capitais, tecnologias inovadoras e educação e treinamento de qualidade.

Sieminski afirmou ainda que o papel dos avanços tecnológicos no setor de óleo e gás mudou o cenário de referência da indústria e que, portanto, não pode ser subestimado. “Gastos em pesquisa e desenvolvimento têm  um potencial de transformar as ofertas de energia no século XXI como não podemos imaginar. O futuro está aqui mesmo, na Rio Oil & Gas. E é excelente”, concluiu. A plenária foi mediada por João Carlos de Luca, presidente do IBP.

O que é Coaching - Por Elias Santos Junior - Geólogo, Professor e Self-empowerment Coach

Coaching [1]   é uma palavra em inglês que indica uma atividade de formação pessoal em que um instrutor ( coach ) ajuda o seu cliente ( coa...