Caros colegas, disponibilizo aqui um release enviado pela Alessandra
Yamada da FBS Comunicações, onde são apresentados os principais pontos
discutidos no dia 19 de setembro na RIO OIL & GAS.
Agradeço à:
FSB Comunicações
PR Digital
+ 55 (21) 3206 5050
Saudações Geólogicas!
Prof. Elias Santos Junior
Manaus, Amazônia, Brasil
Arena +10
Conferência discute desafios e metas
para uma nova economia solidária e inclusiva
Quais os critérios e as iniciativas que
uma empresa deve adotar para contribuir com a sociedade e uma nova economia,
mais solidária, inclusiva e sustentável? O investimento em tecnologia pode ser
uma das respostas, segundo a educadora e chefe da Divisão de Desenvolvimento
Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Wanda Engel, que abriu a
conferência de abertura da Arena+10 e Responsabilidade Social da Rio Oil &
Gas.
O debate, mediado pela administradora
executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira, contou com apresentação dos
aspectos econômicos, sociais, tecnológicos e humanos da sociedade e, neste
contexto, mostrou possíveis soluções e desafios para as organizações.
“Contamos hoje com uma sociedade
altamente competitiva em nível global. As empresas estão inseridas em uma
sociedade diferente da que tínhamos há dez anos, com características únicas.
Apostar no desenvolvimento tecnológico pode ser uma tábua de salvação. O papel
das corporações é justamente reconhecer este novo cenário e, assim traçar um
plano estratégico de cooperação que não seja míope, individualista e muito
menos imediatista”, acredita Engel.
No painel sobre o legado social da cadeia
produtiva, Jorge Abraão de Castro, do Instituto de Pesquisa Econômica e
Aplicada (Ipea), defendeu um modelo de desenvolvimento sustentável de largo
prazo para que a riqueza do petróleo possa se traduzir nos índices sociais:
“Devemos pensar na utilização do fundo social de forma mais ampla, avaliando
criteriosamente a estrutura social oferecida para as pessoas que se deslocam
para as regiões em que estão as riquezas do petróleo” . Ele apontou desafios
como índices sociais insatisfatórios em municípios como Campos e Macaé, no
Norte Fluminense.
Já Lucila Martinez, do Instituto de
Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência (ILTC), ressaltou experiências positivas
no entorno da Refinaria de Paulínia, na Região Metropolitana de Campinas (SP) e
a importância de transformar investimento em oportunidade de desenvolvimento
social. “Em Campinas detectamos as principais fragilidades da população e
desenvolvemos processos permanentes de capacitação, ações voltadas para o
fortalecimento familiar e gestão sócio-ambiental. Temos alcançado soluções
importantes, com metas de médio e longo prazo”, contou.
O engenheiro químico Alfredo Renault,
da Onip, falou sobre o Impacto Social na Cadeia Produtiva do Petróleo. “É uma
relação de amor e ódio da sociedade com o petróleo. Todos reconhecem os
benefícios e as oportunidades de sua utilização como fonte de energia, mas
todos lamentam os problemas”, disse.
Feira 2012
Soluções integradas em uma feira sem
fronteiras
A descoberta do pré-sal alavancou ainda
mais a indústria do petróleo e fez crescer, por consequência, a procura por
serviços e novas tecnologias no país. Impulsionada pelo crescimento das
demandas petrolíferas nasceu a Integral, cluster formado por cinco empresas
especializadas em inspeção de dutos, robótica submarina, monitoramento de
corrosão, desenvolvimento e operação de software e análise de integridade
(PipeWay, Ativa, Provus, Minds e Prima7s). Lançada oficialmente na Rio Oil
& Gas 2012, a Integral trabalha com foco na produção offshore e surgiu como
uma forma de integrar serviços relevantes para o setor.
Guto Silva,
sócio-fundador da PipeWay, empresa com mais experiência dentre as cinco do
cluster (14 anos), aponta a capacidade de desenvolvimento tecnológico e o
conhecimento do mercado como as principais características da Integral.
“Juntos, conseguimos expandir o leque de atendimento e responder às demandas
com mais agilidade e abrangência”, explicou ele, que espera que a Integral se
torne prestadora de serviços em até três anos.
Nordeste e EUA lado a lado
Não é só o compositor Luiz Gonzaga superdesenvolvido (foto) que chama
atenção nos estandes de Pernambuco. Presente no pavilhão 3, com o Lounge
Pernambuco, e no pavilhão 1, com o Complexo Industrial Portuário de Suape, o
estado busca parcerias e investimentos para os megaprojetos na região e conta
números que fortalecem a aposta dos fornecedores.
Segundo projeção da Condepe/Fipem, o
Produto Interno Bruto (PIB) do estado deve chegar a R$ 120 bilhões nesse ano.
Uma das 12 sedes da Copa 2014, Pernambuco passa por grandes transformações e,
em parceria com a Petrobras e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), utiliza a feira para atrair investidores. Além do Complexo
de Suape, destacam-se outras obras, como a construção da Refinaria Abreu e Lima
pela Petrobras, da Ferrovia Transnordestina e da Arena Pernambuco. “Até 2014,
serão investidos U$ 22 bilhões só no Porto de Suape. Hoje, o Nordeste
representa 29% da população do país e Pernambuco é considerado o centro
geográfico da região, estando a apenas 800 quilômetros de oito capitais
nordestinas”, destacou Márcio Stefanni, presidente da Agência de
Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper).
A poucos passos do Nordeste está o pavilhão internacional dos Estados Unidos.
Mais de 40 empresas expõem no espaço destinado aos americanos, que aumentou
mais de 40% desde 2010 e agora ocupa 750 metros quadrados. Thomas Shannon,
embaixador dos EUA no Brasil, ressaltou que, com as recentes descobertas e a
maior exploração de petróleo a médio prazo, o setor oferece “oportunidades
excelentes”. Ainda segundo Shannon, "essas oportunidades, juntamente com
as perspectivas econômicas e relações
amigáveis entre os países, fazem do Brasil um parceiro ideal para as empresas
americanas que buscam parcerias a longo prazo”.
Painel: “Os desafios dos grandes
empreendimentos e a importância da engenharia de projetos no Brasil”
Brasil tem potencial para exportar
inteligência em engenharia
A inteligência da engenharia brasileira
tem potencial para ser exportada, mas é preciso que governo e empresas abracem
essa causa. A afirmação de Mauro Viegas filho, presidente da Concremat
Engenharia e Tecnologia S.A., foi um dos destaques do painel “Os desafios dos
grandes empreendimentos e a importância da engenharia de projetos no Brasil”
realizado na tarde de quarta-feira (19), na Rio Oil & Gas.
Conduzido por Elói Fernandez y
Fernández, diretor geral da Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo),
o encontro mostrou que o cenário é promissor para a engenharia especializada em
óleo e gás, mas o sucesso dependerá de muito trabalho a ser realizado −
principalmente em termos de eficiência, capacitação profissional e aplicação de
metodologias de gestão de projetos, como Qualidade Total, EAP, ou Estrutura
Analítica de Projeto e curva S.
De acordo com Francisco Itzaina,
presidente da Rolls-Royce na América Latina, o Brasil é privilegiado nas
questões geopolíticas, pois tem recursos abundantes e não sofre com catástrofes
naturais, mas precisa avançar em temas como planejamento a longo prazo e
criação de uma política industrial de Estado.
Já Fernando Barbosa, presidente do
Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) destacou que a dificuldade de gerenciar
grandes projetos de engenharia ligados aos setores de óleo e gás não
é exclusividade brasileira, mas que o País tem condições de vencer essas
dificuldades se apostar em inovação, novas tecnologias, formação e
planejamento.“Entretanto, nós precisamos superar gargalos como inflação de
custos, baixa produtividade e dificuldades logísticas, que geram atrasos e
ineficiências”, ressaltou.
José de Figueiredo, diretor de
Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, apontou simplicidade e
uniformidade na concepção de projetos, planejamento e investimentos em conteúdo
local como elementos essenciais para o sucesso da companhia antes e durante o
pré-sal.
Petrobras
Petrobras, parceiras e fornecedores se
unem para desenvolver produção no pré-sal
Os esforços da Petrobras, parceiras e
fornecedores de bens e serviços para o desenvolvimento da produção no pré-sal
brasileiro foram apresentados na Rio Oil & Gas. O Gerente Executivo da
Petrobras para o Pré-Sal, Carlos Tadeu Fraga, e executivos de empresas como
Baker Hughes-Brasil, Geomarket, Subsea 7 do Brasil, Technip e Repsol Sinopec
contaram a participação neste empreendimento que tem investimentos de 70
bilhões de dólares assegurados no Plano de Negócios da Petrobras.
Carlos Tadeu Fraga considerou “fantásticos” os resultados da exploração do pré-sal:
“São 32 poços perfurados somente em Santos, com 90% de sucesso, percentual
muito superior aos da indústria do petróleo”. Para ele, essa conquista é fruto
da experiência acumulada pela Petrobras ao longo dos anos em frentes como a Bacia
de Campos.
As grandes profundidades, pressão e distância da costa inerentes às áreas do
pré-sal mobilizam os técnicos Repsol no desenvolvimento do BM-C-33, onde estão
localizados os prospectos de Seat, Gávea e Pão de Açúcar. A área apresenta
características únicas, de acordo com o diretor da petroleira, Angel González,
e necessita de instalações sem similar no mundo inteiro.
A Subsea 7 Brasil investiu mais de 40 mil horas de trabalho para adequar o
projeto pioneiro Buoyancy Supported Risers para os campos de Lula Nordeste e
Sapinhoá. O sistema funciona a uma profundidade de 250 metros, demandando 600
mil toneladas de aço, além do relacionamento com 92 fornecedores de diversos
países.
Painel “Novas Fronteiras do Conhecimento na Prevenção,
Intervenção e Respostas a Vazamento de Óleo”
Indústria une esforços para garantir
segurança operacional
A reboque da expansão do setor
petroleiro, cresce internacionalmente a preocupação com as questões de
segurança no setor. No terceiro dia da Rio Oil & Gas, o painel “Novas
Fronteiras do Conhecimento na Prevenção, Intervenção e Respostas a Vazamento de
Óleo”, reuniu especialistas no assunto e contou com a moderação do Presidente
do Ibama, Volnei Zannardi.
“É significativo o Ibama ser convidado
para mediar esse painel - reflete uma situação única, que vem sendo construída
há 12 anos, desde a abertura da exploração de petróleo e gás no país. O nosso
ambiente regulatório é muito jovem e apresenta evolução incrivelmente rápida.
Isso só foi possível graças aos diálogos e ao bom relacionamento entre governo
e indústria”, comentou Zannardi.
Gerente-Geral de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde da área de E&P da Petrobras, Humberto Spinola apresentou o
Programa Somar (Offshore Safety Reinforcement Program), desenvolvido pela
empresa em acordo com o Plano Nacional de Contingência, em fase de aprovação
pelo governo federal. “Antes mesmo de
ser aprovado, o plano já é uma realidade, dada a articulação que se deu entre
as empresas, a ANP e o governo”, disse.
Em nível mundial, a questão da
segurança motivou a união das principais companhias exploradoras de petróleo.
Depois do acidente de Macondo, a OGP (Oil and Gas Producers Association),
associação internacional de produtores de petróleo, com 70 membros, criou um
grupo para estudar ocorrências e formas de prevenção de acidentes. O trabalho
desse grupo resultou na formulação de um acordo internacional de auxílio mútuo,
“essencial para a prevenção e solução de grandes acidentes”, segundo Spinola.
Sobre intervenção e resposta em casos
de acidentes falaram os especialistas Keith Lewis, do Subsea Well Response
Project (SWRP), projeto que reúne nove grandes empresas, e George Franklin,
representante do IPIECA, grupo de resposta a derramamento de petróleo da OGP.
“Estamos trabalhando juntos, de ponta a ponta, nos processos de segurança”,
declarou Franklin.
Painel “Proteção dos Oceanos”
Tecnologia é o que vai conciliar a preservação
e o crescimento econômico
Destaque na Rio+20, a proteção dos
oceanos foi debatida no terceiro dia da Rio Oil & Gas. Os compromissos
assumidos pelo Brasil no documento final da Conferência foram considerados um
tanto arrojados, sobretudo quando se considera que deverão ser compatíveis com
o crescimento do país em atividades econômicas importantes como a exploração de
petróleo e gás. “Preservar, simplesmente, já seria um desafio. Mas aliar a
preservação ao desenvolvimento é o que requer nossa máxima atenção”, destacou
André Loubet Guimarães, Diretor Executivo da ONG Conservação Internacional (CI)
no Brasil.
André lembrou que, entre outras metas,
os países se comprometeram com a proteção de 10% dos oceanos até 2020 e com a
restauração de estoques pesqueiros até 2015. “São metas importantes, que
devemos perseguir, mas que, por vezes, nos parecem inatingíveis. Atualmente,
protegemos menos de 1% dos nossos oceanos”, afirmou, acrescentando que a
pontuação do Brasil no Ocean Health Index (Índice de Saúde do Oceano), superior
à média mundial, não deve trazer tranquilidade, porque o estágio de crescimento
do país impõe ações imediatas e amplas para a preservação.
“O setor de óleo e gás deve liderar as
discussões sobre esse tema, pois, no Brasil, sua atuação é majoritariamente
marinha. Mais de 70% da população brasileira vive à beira mar. Não se pode
explorar sob pena de degradar. É preciso conciliar as agendas dos diferentes
setores”, defendeu.
Para o professor Segen Estefen, Diretor
de Tecnologia e Inovação da COPPE/UFRJ, a conciliação virá com o
desenvolvimento de tecnologias. “O que se propõe não é deixar o oceano
intocado. Não há como se recusar uma riqueza como a do pré-sal. Mas é preciso
desenvolver tecnologias para preservação. E, para isso, a comunidade científica
deve andar mais próxima da indústria”, disse.
Painel “Contratos na Indústria do Petróleo: Os JOA´s e os
Acordos de Unitização”
Pré-Sal e novas rodadas ampliam
desafios da unitização no Brasil
Especialistas da Petrobras e da Agência
Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) listaram, na Rio Oil & Gas, os principais desafios
para a regulamentação das áreas de exploração
compartilhadas. Com a ampliação dos blocos a serem explorados e o maior número de operadores no País, devem
aumentar as situações que configuram unitização, quando dois blocos distintos, mas contíguos, com
jazidas comuns, exigem acordo entre as empresas exploradoras.
O gerente geral da Universidade
Petrobras, José Alberto Bucheb, alertou para o surgimento de possíveis questões
que vão além do território nacional, envolvendo estados soberanos. Ele
exemplificou que já começam a surgir possibilidades de unitização de áreas
fronteiriças entre Brasil e Uruguai e Guiana Francesa.
Para Bucheb, as atenções não se resumem ao pré-sal , mas também às
regras relativas à 11ª Rodada, prevista para maio do ano que vem. Um dos pontos
mais sensíveis diz respeito ao conteúdo local, que considera como “obrigação indivizível”.
Ou seja, é preciso definir como as empresas devem fazer as contas e chegar a um
denominador comum no caso de uma operadora ter em contrato obrigação de
conteúdo local de 70% e a outra, um porcentual menor, como 30%.
Na avaliação de Bucheb, uma das
principais questões a serem superadas no novo marco regulatório é a definição
das regras especiais para jazidas que se estendem por diferentes sistemas, como
concessão ou partilha de produção. Outra questão é a continuidade das operações
nas jazidas que se estendem por áreas abertas (não partilhadas e não
concedidas), pois poderá ser difícil definir quem vai se responsabilizar pelos
estudos e investimentos pré-exploratórios nessas áreas.
Além disso, o papel a ser desempenhado
pela PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A) na negociação e acordos de unitização e
posterior gestão das operações das áreas unitizadas, segundo previsto no marco
regulatório, é considerado sensível e polêmico por Bucheb e também pelo
coordenador jurídico de Exploração e Produção da ANP, procurador Olavo Bentes
David. Segundo ele, a atribuição de atuar em acordos de unitização iria, a
princípio, além das atribuições da PPSA, voltada para a gestão dos contratos de
partilha e a comercialização de hidrocarbonetos pela União.
Painel “Panorama do Mercado Mundial do Petróleo e Derivados
– Uma Nova Ordem?”
AL e Oriente Médio definem panorama
mundial de petróleo
A América Latina, com aumento de
demanda, e o Oriente Médio, com expansão da oferta, deverão definir o panorama
mundial de petróleo no mundo nos próximos anos. O shale oil (óleo de xisto) nos
EUA também terá papel crucial no novo cenário, segundo projeções de
especialistas em mercado global apresentadas ontem na Rio Oil & Gas.
“Está havendo uma mudança na ordem
mundial”, avalia o vice-presidente executivo da KBC Advanced Technologies, Ed
Kleingueti. “É um quadro bastante complexo”, completa o gerente de planejamento
estratégico da Petrobras, Gilberto Ribeiro de Carvalho. Ambos ressaltam o
momento de alta volatilidade no mercado atual de petróleo e derivados.
Segundo Carvalho, a atual dificuldade
do setor para fazer as projeções nesse cenário de incertezas se reflete nos
problemas para a definição de novos investimentos, não apenas no caso da
Petrobras, mas também nas demais empresas de óleo e gás em todo o mundo.
De acordo com Kleingueti, paralelamente
à atenção permanente ao mercado chinês, o mundo hoje se configura, nesse setor,
com perspectiva de aumento de capacidade em refinarias na América Latina –
inclusive no Brasil, com os quatro grandes projetos em andamento -, nos Estados
Unidos e no Oriente Médio, onde as expansões estão voltadas para exportação.
No que diz respeito à América Latina,
ele acredita que com o aumento do PIB na região e o atraso nos projetos de
refinaria, as importações líquidas devem prosseguir, sobretudo vindas do Golfo
dos EUA.
Um dos principais signos da nova ordem,
segundo Kleingueti, é que os EUA são os principais fornecedores para o mercado
latino-americano, diminuindo a participação europeia. Ele também destaca que “o
fenômeno do óleo de xisto mudou de modo dramático a dinâmica da oferta de
crus”.
Mattew Partridge, da Wood Mackenzie,
sublinhou que o novo panorama mundial encontra os EUA produzindo mais Gás
Natural Líquido (GNL) por causa do gás de xisto e, em longo prazo, ”também não
se deve desprezar” o impacto do etanol que, segundo ele, deve limitar a
necessidade de gasolina no mercado norte-americano no futuro.
Daniel Lopez, sócio e
diretor-presidente do Boston Consulting Group (BG Madri), acredita que as
margens da indústria de refino deverão se manter estreitas nos próximos cinco
anos. No entanto, garante que isso não
deverá afetar investimentos já definidos, mas sim as decisões que serão tomadas
a partir de 2017. “A boa notícia é que depois disso haverá alguma racionalidade
no setor e os bons tempos virão para as refinarias.”
Painel “Avanços tecnológicos na caracterização e
monitoramento de reservatórios”
Tecnologia a serviço do monitoramento
de reservatórios
Os avanços tecnológicos na
caracterização e monitoramento de reservatórios foram tema de sessão especial
na Rio Oil & Gas. Especialistas em geofísica discutiram técnicas que
viabilizam a coleta e a transmissão de informações precisas e sua utilização na
maximização da produção e no mapeamento de riscos.
Paulo Johann, gerente geofísico de
Reservatório da Petrobras, destacou os avanços ocorridos nos campos brasileiros
nos últimos 30 anos, que permitiram diminuir as incertezas no processo,
sobretudo no início do funcionamento dos poços, e a aplicação de todo o conhecimento na gestão dos reservatórios.
Paul Murray, geofísico chefe da Divisão
de Fibra Ótica da PGS, tratou das técnicas de detecção de georiscos em imagens
3D e 4D que, inclusive, começarão a ser utilizadas no campo de Jubarte.
Eivind Wilhelm Berg, gerente de
Desenvolvimento de Negócios da Fugro, apresentou a tecnologia de Nodes: “Com os
Nodes temos melhoria no sinal, maior resolução das imagens em 4D e maior
precisão, além de eficiência operacional. Com mais informações detalhadas,
temos uma produção melhor monitorada”.
A leitura eletromagnética foi tema der
Andrea Zerilli, pesquisador científico da Schlumberger, que ressaltou sua
eficiência, sobretudo na definição dos limites dos reservatórios e no volume
das reservas em águas profundas.
O uso do monitoramento para a gestão do
reservatório foi abordado por Helene Hafslund Veire, geofísica chefe da
Statoil.
Sessão Plenária: “Desafios para o suprimento energético no
século XXI”
Indústria discute desafios para o
suprimento energético
As projeções internacionais de demanda
de energia indicam que, em 2030, serão necessários até 110 milhões de barris de
petróleo por dia produzidos no mundo. Um dos principais desafios das
petroleiras será atender essa demanda, considerando o crescimento da população
global, principalmente dos países em desenvolvimento, Ásia e África.
Durante a plenária “Desafios para o
suprimento energético no século XXI”, realizada ontem, na Rio Oil & Gas, o
presidente do WPC (World Petroleum
Council, Conselho Mundial do Petróleo), Renato Bertani, destacou que Canadá,
Arábia Saudita e Estados Unidos têm grande consumo per capita de barris de
petróleo por pessoa, enquanto Brasil, Indonésia e Índia consomem quantidades
muito inferiores. “Isso indica que o desenvolvimento econômico desses países
ainda vai trazer novos consumidores para o mercado e crescimento continuado das
demandas de energia”, explicou. Na média, espera-se crescimento de 2,3% ao ano
da demanda de energia, mais acentuado nos países em desenvolvimento.
Segundo Bertani, os desafios são trazer
à superfície esse petróleo de forma “amigável” ao meio ambiente. O executivo
alertou, entretanto, que, no mundo, muitos países poderão contribuir para
cobrir a demanda de energia e compensar o declínio da produção de petróleo e
gás, mas nenhum conseguirá sozinho. Bertani citou, além dos países da Opep,
como Arábia Saudita e Iraque, os Estados Unidos, Brasil, Rússia, Canadá e
Venezuela como expoentes estratégicos nessa empreitada.
Jérôme Ferrier, presidente da IGU
(International Gas Union), confirmou que o Brasil deve, sem dúvida, exercer
papel significativo no desenvolvimento energético da América do Sul. Ele
acredita que a exploração de gás natural e de shale gas (gás não convencional)
no Cone Sul alavancarão e beneficiarão a região, mas disse que é preciso
superar desafios institucionais, de regulação e de estabelecimentos de dutos
nas regiões fronteiriças. Para discutir as principais questões do Cone Sul e de
seu desenvolvimento energético, Ferrier disse que a IGU organizará um fórum
regional, em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e
Biocombustíveis (IBP) e a Arpel.
O diretor da EIA (Energy Information
Administration) Adam Sieminski também reforçou que o sistema de estruturas
legais e consistentes é fundamental para a indústria do petróleo, bem como a
colaboração dos governos, fortes mercados de capitais, tecnologias inovadoras e
educação e treinamento de qualidade.
Sieminski afirmou ainda que o papel dos
avanços tecnológicos no setor de óleo e gás mudou o cenário de referência da
indústria e que, portanto, não pode ser subestimado. “Gastos em pesquisa e
desenvolvimento têm um potencial de
transformar as ofertas de energia no século XXI como não podemos imaginar. O
futuro está aqui mesmo, na Rio Oil & Gas. E é excelente”, concluiu. A
plenária foi mediada por João Carlos de Luca, presidente do IBP.