quarta-feira, 1 de junho de 2011

ARTIGO AMAZÔNIA: O desconhecimento da Amazônia e o Código Florestal

Reproduzo abaixo o texto elaborado pelo Denis Minev para o Jornal A Critica de Manaus na edição do dia 29 de maio de 2011.


Discute-se esta semana o Código Florestal e sua atualização. Assim como grande parte de nossa legislação ambiental, o atual é uma peça de ficção, fruto da genuflexão brasileira perante o altar do politicamente correto, feito por gente sem conhecimento ou compromisso com a Amazônia. Esta peça de legislação foi responsável por arremessar parcela significativa da população amazônica na ilegalidade; o surpreendente é que o povo amazônico não se rebelou antes contra tal arbitrariedade imposta como descargo de consciência diretamente da Avenida Paulista ou das praias de Ipanema. A ausência desta revolta se atribui ao nosso caráter pacifista e nacionalista.

Surge então a oportunidade de atualizar o código. Ruralistas e ambientalistas se degladiam com grande intensidade no planalto central. Para a Amazônia, as perguntas que devem vir a tona são: qual o interesse dos amazônidas e quem o defende? Proponho uma articulação simples de nossos interesses, baseados em dois conceitos:
1) As amazônidas devem ser respeitados como cidadãos de bem. A legislação deve permitir que a grande maioria dos amazônidas esteja legalizado com simplicidade em suas atividades atuais, levando em consideração as peculiaridades regionais.
2) Se não servir aos homens, não servirá à floresta. A condicionante é que os amazônidas possam ter vidas produtivas; a conservação do meio ambiente que não estimular vidas enriquecidas não nos interessa. Caso o mundo ou os demais brasileiros queiram impor a conservação “para inglês ver”, devem por ela pagar através de serviços ambientais.

O velho e o novo código florestal violam estes simples conceitos. Um exemplo ilustrativo: a regra de que as APPs (áreas de preservação permanente) ao longo de rios largos (com mais de 600 metros de largura, ou seja, todos os principais da região) deve ser de 500 metros de terra além do ponto mais alto da enchente. A Amazônia dispõe de sábios ribeirinhos que vivem, obviamente, à beira dos rios. É desnecessário explicar o motivo que indígenas e ribeirinhos moram à beira de rios e não 500 metros adentro. Estas habitações são ilegais. O plantio da mandioca adjacente às casas, proibido! O novo código florestal proíbe casas nos primeiros 500 metros ao longo de rios largos. Adicionalmente, uma simples tecnologia desenvolvida há séculos pelos indígenas, o plantio na área de várzea, é proibido. Qualquer pessoa que um dia trafegou por um rio na Amazônia tem esta noção. Suspeito que presidentes e ministros do meio ambiente não o tenham feito.

Já se sabe a solução a este impasse: far-se-á vista grossa pelas autoridades, em nome da compaixão com os pequenos. Voltaremos ao ciclo de ilegalidade no qual uma economia organizada e próspera não poderá emergir; continuaremos sujeitos às esmolas de transferência de renda e à tutelagem do meio ambiente. Rejeite-se este cenário odioso! Para a Amazônia há duas saídas: rebeldia cívica ou o Aeroporto Eduardo Gomes.

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Comentario:
Foi o texto mais lucido que li até o momento sobre as alterações do codigo florestal, realmente se grita muito sobre a PRESERVAÇÃO DA AMAZÔNIA porém nós amazônidas é que sofremos as consequências diretas dessa politica preservacionista que impede sua população de ter a mínima qualidade de vida sem transgredir as leis.

O caboclo amazônida sempre adotou praticas ambientalmente sustentaveis porem hoje está impedido de caçar, pescar, alimentar sua familia através da platanção de sua roça....enquanto isso os movimentos ambientalistas recebem verbas estrangeira para nos policiar!

É muito facil falar em PRESERVAR A AMAZÔNIA refastelado em um sofá em um apartamento confortavel na praia de Copacaba ou no meio da Avenida Paulista, é muito facil ser ambientalista atrás de uma tela de computador, usar o seu Ipad ou seu Mac para pregar a preservação do quintal dos outros, e você? Gostaria de saber o que comem os ambientalistas, do que são feitas suas roupas, como se locomovem de um lugar para o outro, qual combustivel move seus motores?
Venham para a Amazônia e tentem viver como querem que vivamos, duvido que aguentem um mês!

Saudações Amazônicas e que o espirito do Guerreiro Ajuricaba posso nos dar força para lutar pelo que é nosso!

Geólogo Elias Santos Junior
Manaus - Amazônia - Brasil


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