Acadêmicos do curso de Tecnologia em Petroleo e Gas do Uninorte - Laureate, observar o padrão de vestimenta. No alto o Professor estabelecendo os objetivos a serem alcançados.
Tenho acompanhado o aumento crescente de atividades práticas de campo na cidade de Manaus, a grande maioria relacionada às ciências naturais como por exemplo a Geologia, porem algo me chama atenção nas fotos que são disponibilizadas nas diversas redes sociais onde possuo perfil, fico na duvida se realmente é trabalho ou apenas um evento de cunho comemorativo pelo final do semestre, motivo pelo qual resolvi fazer a seguinte reflexão: Isso é uma AULA PRÁTICA DE CAMPO OU PIQUENIQUE?
Destaca-se que esse texto é referente principalmente aos trabalhos realizados no primeiro ano dos cursos, onde o acadêmicos ainda não possuem experiencia sobre o que deverá ser feito.
As aulas praticas de campo promovem a oportunidade do acadêmico aplicar o conhecimento adquirido em sala de aula, desenvolver a percepção, como também servem de treinamento para a vida futura dessa pessoa quando finalmente adentrar ao mercado de trabalho.
Alem do mais é possível perceber que determinados modelos ilustrativos dos livros precisam ser notados e interpretados em campo, sempre digo aos meus acadêmicos que em campo não vai ter uma seta apontando o plano de falha e muito menos destacando a cinemática.
Assistindo o planejamento dessas atividades e o desenvolvimento das mesmas pude perceber que o problema reside em um ponto principal: A falta de planejamento da aula pratica!
Vejam bem, é impossível ter um bom resultado se não houver um projeto bem definido do que se vai fazer em campo e principalmente qual vai ser o papel dos Professores e Acadêmicos na atividade.
Após algum tempo planejando essas atividades percebi que é fundamental a realização de uma aula pré-campo, de preferencia prática, onde serão simuladas as ações a serem desenvolvidas, que variam das mais básicas tais como a vestimenta e a forma de atravessar as rodovias, rios e subir afloramentos até a descrição e anotações em campo.
Tem me chamado atenção o fato de que os acadêmicos estão indo à campo de tamancos e sandálias de dedo, sem chapéu ou boné (a sensação térmica em campos no Amazonas beira 40º), tempos atras cheguei a ver foto de uma acadêmica em campo usando apenas bermudinha e a parte de cima do biquíni (no meio de uma pedreira), os funcionários devem ter adorado.
Alem do que ao invés de descrever o afloramento o pessoal tem subido no mesmo para tirar fotos pra postar no Facebook seguido da legenda: Eu linda no trabalho de campo!
Nesse ínterim é necessário estabelecer qual o critério de avaliação (se em relatório a ser entregue dias após o evento ou caderneta de campo a ser entregue na finalização da atividade), qual a importância disso? tenho visto campos em que o acadêmico não anota absolutamente nada pois não sabe que tem que apresentar relatório!
Se o trabalho final for um relatório de campo é necessário estabelecer o formato do mesmo para que não hajam discussões após a correção e estabelecimento das notas, porem penso que é fundamental discutir os pontos importantes que foram abordados em campo, lembrem-se o objetivo é estimular o aprendizado e não mostrar o quanto sabemos mais sobre o tema que os alunos, afinal saber mais que o aluno é o minimo que o professor pode apresentar, concordam?
Em campo de que forma o Professor deve proceder? Ele deve ser um mero apresentador das características geológicas da área ou apenas um observador do comportamento do acadêmico em campo?
Penso que a melhor forma de atuar é fazendo um misto das duas formas citadas acima, em um primeiro momento o Professor deverá centralizar as atividades tendo em vista que a experiência dos acadêmicos é incipiente, porem mesmo atuando como figura central o Professor deve estimular através de questionamentos o raciocínio interpretativo. No decorrer do trabalho o Professor deve transferir paulatinamente a função de ator principal ao acadêmico, estimulando o mesmo a observar seu entorno e buscar identificar características similares aos pontos anteriores.
E principalmente senhores Acadêmicos e Professores: O campo é sala de aula, a ética e respeito devem ser levados junto do martelo e bussola.
No mais, espero que esse texto sirva para estimular a discussão, qualquer coisa deixe um recado ou envie via facebook no perfil
Agradeço a colaboração dos acadêmicos Gean Tottoli e Ysla Mello do Curso de Tecnologia em Petróleo e Gás do Uninorte-Laureate (Amazonas) e Felipe Galant Bunito da Unisinos.
Senhores continuemos na luta pois Geologar é Preciso!
Saudações Geológicas
Geólogo Elias Santos Junior
Manaus - Amazônia - Brasil
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