sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A AMAZÔNIA E O AMBIENTALISMO CAOLHO

Cenário de horror

Mônica Prestes

Da equipe de A CRÍTICA
Matéria publicada na edição do dia 04 de dezembro de 2009, http://www.acritica.com.br/

Cardumes inteiros estão morrendo devido ao baixo nível das águas
e à consequente falta de oxigênio. Foto de Marcio Silva

CAREIRO DA VÁRZEA (AM) - Os urubus anunciam a chegada à comunidade Cristo Rei, do outro lado do rio Amazonas, no Município do Careiro da Várzea (a 25 quilômetros da capital) e mostram o caminho até o lago dos Reis, onde milhões de peixes mortos por causa da vazante, que segue baixando o nível dos rios, mudaram a cor, o cheiro da água e também o cotidiano de mais de 300 famílias que vivem da pesca artesanal no lago.

Pescadores da região relataram que, nas últimas duas semanas, a vazante se intensificou e o nível do igarapé que liga o lago dos Reis ao rio Amazonas baixou mais de dez metros, fazendo com que cardumes inteiros morressem por falta de oxigênio na água. “Ao redor do lago dos Reis, que é o principal, existem 62 lagos, e todos estão secos. Desde que começou essa mortandade, há 20 dias, não temos mais o que pescar”, lamentou o pescador Elson Alves de Oliveira, 44.

De acordo com ele, com a descida das águas milhares de peixes que agonizavam nas margens do igarapé dos Reis acabaram ficando “encalhados” na área de várzea, em bancos de areia ou em troncos de árvores e morreram. “É impossível andar pela várzea sem pisar nas carcaças de peixes ou atravessar o igarapé sem passar por um cardume de peixes mortos”, afirmou.

A enorme quantidade de peixes mortos nas várzeas e também boiando na água infestou toda a localidade com um forte mau cheiro de peixe podre que atraiu milhares de urubus, garças e outros pássaros, que disputam a comida com os pescadores da região.

Além das 55 famílias que moram na comunidade Cristo Rei e vivem da pesca na região, pescadores de outras três comunidades próximas - Terra Nova, Marimba e Cambiche - também estão com a renda mensal comprometida pela falta de peixes, uma média de 250 famílias. “Quem não tem dinheiro guardado agora tem que ir para muito longe, trabalhar em dobro para ganhar a metade do que ganhava”, disse o pescador Pedro Alves de Oliveira, 45, que está sustentando a família com as economias que juntou durante a cheia, época em que a pesca era abundante.

Ações de combate

Comissão do Interior e da Pesca da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), que esteve ontem no igarapé dos Reis, no Careiro da Várzea, discutirá, na quarta-feira, 9, ações para ajudar as famílias afetadas pela mortandade do peixe na região, principalmente a possibilidade de construir poços artesianos e, com isso, garantir água potável para a região.

Colaborou Emerson Quaresma

Comentário:
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Será que isso nao era previsto????
Podemos fazer a seguintes perguntas: Se o rio está baixando nao seria mais prudente realizar a despesca e vender o peixe na cidade à preço mais em conta? ou armazenar esse pescado para distribuição na Semana Santa, distribuir para as entidades de assistencia social? hummm acho que isso nao da IBOPE....melhor esperar o peixe morrer e chegar distribuindo sacolas de rancho para a comunidade atingida.....
 
Por que comecei o post intitulando-o de AMBIENTALISMO CAOLHO? Por que estamos no periodo de defeso, se alguem for pego pelo IBAMA, IPAAM, SEMMAS, Policia Ambiental, ou pelo PAPA pescando em determinadas regioes do estado terá seus equipamentos apreendidos, pagará multa e pode ainda ser preso, pois é crime ambiental.....é isso ai caros colegas, é preferivel ver o peixe apodrecer no lago, prejudicando centenas de pessoas, piorando a qualidade da agua, que nessa época do ano ja nao é das melhores do que deixar a população pescar.
 
A proposito, nao tem aquifero artesiano naquela região, e que eu saiba, posso estar enganado é claro, nao será facil perfurar esses poços e encontrar agua de qualidade nessa região de varzea.

E viva o ambientalismo!!!!!! E viva o assistencialismo!!!!
 
Saudações Geologicas
Prof. Elias Santos Junior
Manaus - Amazonia - Brasil 
 
 
 

2 comentários:

nenhum disse...

Parabéns pela reflexão temos que ficar atento as ecopicaretagens. Percebemos que há pouco tempo atrás as palavras-chave dos politiqueiros eram: Educação e Saúde. Atualmente o discurso é verde, então podemos dizer que a mentira tem cor para muitas ações do Poder Público. Não posso perder a oportunidade de comentar sobre a construção do Conjunto João Paulo II que recebeu as famílias remanejadas do Ig. do 40 e da Cachoeirinha (PROSAMIM), a forma como foi construído detonou as microbacias existentes naquele espaço geográfico.
Por
Prof. Roselito Carmelo

Unknown disse...

Que decepção!! Isso não aconteceu de surpresa para os "ecopicaretas"! É mais fácil ganhar voto distribuíndo ranchos do que evitar o que está acontecendo!! E quem paga as consequencias é o meio ambiente, e nós mesmos.. Ainda vai aparecer discursos políticos citando tal fato, culpando somente a vazante e jogando na cara da população a "assistência" oferecida depois de tudo!! AFF
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