09/10/2012 08h42
- Atualizado em
09/10/2012 09h07
Segundo Greenpeace, só na Argentina, consumidores 'jogam no lixo' mais de 200 quilos de ouro por ano.
Lixo eletrônico é separado e materiais preciosos
são reaproveitados na cadeia produtiva (Foto: AFP)
Um relatório da organização ambientalista Greenpeace afirma que, no ano
passado, os argentinos jogaram no lixo o equivalente a 228 kg de ouro,
1,7 mil kg de prata e 81 mil kg de cobre, por falta de reciclagem.
Segundo o Greenpeace, o material está presente em dez milhões de
celulares que são jogados fora por ano no país, e que – para piorar –
poluem a terra, o ar e a água.
O relatório chama atenção para um setor conhecido como mineração
urbana, atividade muito pouco difundida na América Latina, mas que na
Europa, no Japão e na Coreia do Sul está se transformando em um
importante gerador de emprego e riqueza, comparável até à mineração
tradicional.
Ouro inexplorado
Mineração urbana é a reciclagem de materiais de valor presentes em
resíduos eletrônicos, como ouro, prata, cobre, platina, alumínio, aço,
terras raras (minerais concentrados na China) e plástico.
O ouro é um dos diversos componentes de computadores e celulares, por causa de suas propriedades de condução e estabilidade.
Um estudo recente da Universidade das Nações Unidas no Japão estima que
a fabricação de equipamentos tecnológicos receba o equivalente a US$ 16
bilhões de ouro e US$ 5 bilhões de prata. De acordo com a pesquisa,
apenas 15% desse material é reaproveitado via reciclagem.
A proliferação de dispositivos eletrônicos e o curto período para que
eles se tornem obsoletos geram milhões de toneladas de resíduos. O
número de depósitos para lixo eletrônico também cresce exponencialmente
por ano.
A reciclagem ainda é limitada, mas alguns analistas acreditam que exista nesse setor uma grande oportunidade de negócios.
Um estudo da empresa Frost & Sullivan destaca que a mineração
urbana gerou US$ 1,42 bilhão em 2011. A expectativa – segundo o
relatório "Oportunidades globais no mercado dos serviços de reciclagem
de lixo elétrico e equipamento eletrônico" – é que esse mercado alcance
um valor de US$ 1,8 bilhão até 2017.
O mercado crescente é o dos países emergentes. Mas, na América Latina, esse tipo de reciclagem ainda é incipiente.
Recente
Dados da Plataforma Regional de Resíduos Eletrônicos na América Latina e
Caribe – iniciativa chilena com financiamento canadense – mostram que
países como Brasil, Chile, Argentina, Peru e Colômbia ainda não têm a
infraestrutura necessária para reciclar mais resíduos eletrônicos.
O índice chileno de reciclagem desse tipo de resíduo é de 1,5% a 3%. Na Argentina, o percentual chega a 10%.
"A Argentina é um dos países que mais destacaram a reciclagem de lixo
eletrônico", disse Verônica Calona, da empresa de reciclagem Silke, ao
serviço em espanhol da BBC.
"Somos operadores de 100% de resíduos de aparelhos eletrônicos. O resto
[do mercado] são empresas que trabalham com outro tipo de atividade e
foram incluindo isso pouco a pouco. Há metais que comercializamos no
mercado interno e material de placas eletrônicas que exportamos, porque
não existem na Argentina empresas de tecnologia que reciclem esse tipo
de material."
"A mineração urbana é muito recente, é preciso esperar e ver se a atividade vai evoluir um pouco", afirmou Verônica.
Terras raras
Além das perdas econômicas por falta de reciclagem, ambientalistas alertam para os crescentes riscos de poluição.
Nos Estados Unidos, a agência ambiental do governo EPA estima que o
lixo eletrônico seja 70% da fonte de contaminação de rios e do ar por
metais pesados como mercúrio, cádmio, chumbo, bromo e selênio.
"Na Argentina, descartam-se 10 milhões de celulares por ano e um milhão
de computadores, e a metade termina em lixões", disse Lorena Pujó, do
Greenpeace na Argentina.
A entidade produziu um relatório especial sobre o país, em um momento
em que o Congresso argentino discute uma legislação especial sobre
resíduos eletrônicos.
"Estamos tentando expor publicamente a falta de sentido de todo esse
sistema. Por um lado, estamos esgotando recursos naturais finitos com a
mineração, mas jogamos no lixo um monte de recursos sem reciclagem."
Com intuito de mudar essa situação, países como Costa Rica, Peru e
Colômbia contam com leis que regulam a gestão de resíduos eletrônicos.
Um novo ponto pode contribuir para o aumento da reciclagem no futuro: o
fato de que a indústria de eletrônicos depende cada vez mais de terras
raras – minerais em abundância na China, que detém 97% das reservas
conhecidas.
Nesse contexto, a reciclagem de resíduos eletrônicos pode se transformar em um novo "Eldorado" para os investidores.
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Lembrei de uma aula de Geologia Ambiental do Prof. José Alecrim na qual o mesmo perguntou onde estavam as grandes minas de metais a serem exploradas, apos alguns minutos ele disse: -Nas Cidades!
Já se passaram 13 anos dessa aula e eis uma tendencia se confirmando, fico feliz de ter seguido os ensinamentos deste nobre Professor, ele estava à frente do seu tempo!
Na maioria das vezes essas afirmações em sala de aula são seguidas de risadas, do desdem, no fim alguns percebem que o Professor estava certo.
Geologuemos, poís nunca foi tão fácil!
Saudações Geológicas
Prof. Elias Santos Junior
Manaus - Amazônia - Brasil